Agronegócio e indústria cultural – estratégias das empresas para a construção da hegemonia

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Nas universidades brasileiras a forma de separação e organização da produção de conhecimento colocou em gavetas muito distantes a questão agrária e o debate sobre comunicação, cultura, arte, ideologia e hegemonia. Os temas são estudados em faculdades distintas e muito raramente as pesquisas desen volvidas abordam as interfaces e as múltiplas determinações de fenômenos intrinsecamente articulados. Um dos grandes méritos do livro de Ana Chã é abordar um fenômeno concreto e indagar o objeto a partir de suas próprias contradições, perseguindo no fio da meada da história a trilha que nos leva a compreender como aspectos aparentemente tão distintos fazem parte do mesmo modo de produção. O recorte histórico da investigação sobre as conexões entre o modelo de produção do agronegócio e a indústria cultural no Brasil parte da década de 1960, momento em que esta articulação se consolida, com a implementação do ciclo de modernização conservadora instituinte da atual configuração do bloco histórico hegemônico. A pista para o trabalho foi dada por Lupércio Damasceno, um valoroso militante do setor de Cultura do MST, que formulou uma equação original: a cultura popular está para a reforma agrária tal como o agronegócio está para indústria cultural. A questão colocada encontrou terreno fértil no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial da América Latina e Caribe (TerritoriAL), fruto de parceria pioneira da Universidade do Estado de São Paulo (Unesp) com a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), espaço em que diversas áreas de conheci – mento são articuladas para pensar o real enquanto fenômeno possível de ser percebido como totalidade, porque passível de ser transformado. O argumento de Ana Chã aborda as formas de atuação das empresas no campo da co – municação e cultura articulada com o levantamento e análise de dados sobre as políticas cul – turais das empresas e a relação dessas ações com a capilaridade dessas empresas, que di – mensionam a territorialização do agronegócio no Brasil. Ao se deparar com ampla gama de dados, estatísticas, imagens e depoimentos, os leitores da obra perceberão a complexidade e eficácia da forma mercadoria em operação. Nesse esque – ma, a Cultura e Arte, longe de serem apenas mero ornamento ou acessório desempenham papel estratégico no modo de produção que mercantiliza os alimentos e a vida, seja ao nível da construção de um imaginário coletivo favorável e apoiador do projeto do agronegócio, seja como mecanismo de naturalização das relações de dominação, abrandamento das lutas sociais ou integração ao consumo, nos termos da autora. Rafael Litvin Villas Bôas Professor da Licenciatura da Educação do Campo (Ledoc) FUP-UNB.

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